quinta-feira, 11 de junho de 2015

Diretamente da Ásia


Os desfiles do Outono/Inverno 2015 vieram com muitas referências diretamente da Ásia. A maioria das maisons deram o sangue na produção de versões atualizadas do quimono, uma roupa tipicamente japonesa que será a peça principal no inverno. Os acessórios também não perderam seu espaço: grande variedade de clutches, colares e brincos com toques de inspiração da cultura chinesa e com cores da Ásia Oriental, principalmente na cor vermelha.
Para você que quer enriquecer seus looks, opte por acessórios que mais têm seu estilo e mescle com o kimono que preferir. São várias opções, liso, estampado, de malha, tecido, curtos, compridos, com franjas, aplicações, até os mais simples de tricô.
São várias opções para você entrar na moda da estação!
Quando se fala em moda asiática a primeira coisa a ser pensada é o Tradicional Quimono Japonês, ou os belos vestidos chineses de seda pura. Não está errado pensar assim mas a moda vai muito além disto.
Os conceitos estéticos da Ásia refletem a política a economia e o nível tecnológico de cada período pelo qual passou. Seja Japão, China ou Coréia, cada um teve sua parte importante no quesito cultural e hoje deixa influências para os mais jovens criarem um estilo próprio, apostando em originalidade, beleza e requinte.
O quimono e sua história
Existem documentos que indicam que antes do século IV os homens se envolviam em longos tecidos presos aos ombros (um pouco parecido com as vestes gregas, romanas, e peruanas.), e as mulheres usavam uma única peça de tecido com uma abertura no centro que era ajustável a altura e ao pescoço.
O uso de roupa costurada se remonta ao século IV, quando a estrutura política conhecida como a corte de Yamato (Yamato chotei) se encontrava em uma etapa de desenvolvimento. Os homens e mulheres vestiam uma peça de roupa superior que se estendia por baixo da cintura com mangas retas e apertadas. Como vestimenta inferior os homens usavam calças largas (hakama) e as mulheres saias com pregas conhecidas como mo. Alguns registros contam que hakama também era utilizada por mulheres.
Durante os períodos Asuka ( 593-710) e Nara (710-794), o budismo já havia sido introduzido  e a cultura que predominava era a chinesa, o Japão então assume um estilo voltado a corte imperial com forte influencia chinesa.
Durante o período heian (794-1185), os trajes da corte se dividiam em: trajes para cerimônias especiais, trajes formais para vestidos na corte e roupas convencionais para qualquer que fosse a outra ocasião. As roupas formais para homens se chamavam sokutai. A roupa das mulheres era formada por muitas camadas, o traje formal era conhecido como junihitoe (esse tinha 12 camadas).
No período Kamakura (1185-1333), os homens de classe guerreira (samurais) usavam sokutai em ocasiões formais, devido ao seu patamar e importância na sociedade, já suas roupas convencionais eram conhecidas como kariginu e se baseavam  em roupas que vestiam nas expedições em caça.
As mulheres da classe samurai vestiam  em ocasiões normais uma roupa de seda acolchoada chamada kosode, as quais não eram muito diferentes de um tipo feminino de roupa tradicional  e  formal que ainda se usa na atualidade. Mas em ocasiões formais vestiam uchikake uma toga larga de tecido mais delicado.
No período Edo (1603-1868) os samurais vestiam trajes como o kamishimo, quando atendiam ao shogun, mas em condições normais homens e mulheres usavam o kosode e hakama.  Foi ai que se deu a introdução da faixa amarrada na cintura (OBI) homens usavam como apoio para espadas e os  obis das mulheres normalmente era muito decorado e largo.
Muitas pessoas adotavam um estilo mais simples e com menos requinte, e inclusive mulheres preferiam o uso do uchitake. Mas mesmo a vestimenta cotidiana mantinha sua elegância, ainda mais com o surgimento de cores mais atrativas e padrões de bom gosto que foram sendo empregados nos quimonos atuais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário